Actualidade
Entrevista. Inteligência artificial, estética, teledermatologia e investigação são os maiores desafios
Entrevista com o presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), Paulo Filipe, aponta os grandes desafios que vão marcar os próximos anos na Dermatologia


Em entrevista, o presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), Paulo Filipe, aponta os grandes desafios que vão marcar os próximos anos na Dermatologia e aborda os desafios do mandato de dois anos que tem pela frente, a iniciar em janeiro de 2023
 

Como encara o desafio de liderar a SPDV e quais serão os seus objetivos?

Espero não desiludir os meus colegas e espero contar com a colaboração de todos, de modo a cumprirmos os objetivos deste biénio (que começa a 2 de janeiro e 2023) e que serão objetivos em várias vertentes. Uma, na de continuidade, com a formação pós-graduada, dos internos e também a formação continuada dos especialistas, através da realização de reuniões. E também a relação com outras sociedades científicas nacionais ou estrangeiras congéneres e também de sociedades científicas que têm muita afinidade com a nossa, como, por exemplo, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia. No caso do CILAD, através do incentivo e dinâmica, o Dr. António Massa conseguiu trazer para o Porto a reunião de 2026, o que é muito importante para a Dermatologia nacional e para a visibilidade da mesma.

Quais os grandes desafios que vão marcar os próximos anos na Dermatologia?

Vão ser a regulamentação da área da estética e a formação dos especialistas nessa área. Vamos criar uma competência e subespecialidade nessa área com a ajuda da cirurgia plástica, reconstrutiva e estética. Esse trabalho vai ser desenvolvido no curto-médio prazo. Na imagiologia, para além da dermoscopia, vamos ter outros instrumentos de imagem muitos importantes, que vão servir para o diagnóstico e para a terapêutica.

Outro desafio, a longo prazo, é a inteligência artificial, que vai ser implementada a todos os níveis da Medicina mas também na Dermatologia (quer no diagnóstico quer no tratamento), criando algoritmos de decisão. Não é a substituição do dermatologista por máquinas mas é uma ajuda para o trabalho dos dermatologias.

A teledermatologia também vai ser muito desenvolvida, tal como foi durante a pandemia. Uma das vertentes é o telerrastreio dermatológico e que ajuda a referenciar uma dermatose ou um melanoma.

Na investigação, vamos ter novos tratamentos direcionados para os mecanismos patogénicos das doenças, não só os biológicos mas também as moléculas que estão a ser usadas na dermatite atópica, na hidradenite supurativa, da alopecia areata. Outra coisa importante será criar um registo nacional das dermatoses crónicas mais importantes, que seria útil para conhecer a realidade portuguesa, ao nível da epidemiologia destas doenças e dos tratamentos que estão a ser efetuados. Isso vai possibilitar um melhor tratamento dos doentes.

Partilhar: