Segundo investigadores de Chicago, um medicamento para a Alzheimer tem vindo a demonstrar resultados em pessoas com tricotilomania ou dermatotilexomania, que demonstram melhorias significativas.
De acordo com investigadores da University of Chicago Medicine, um medicamento utilizado para tratar a doença de Alzheimer está associado a melhorias significativas nos sintomas de adultos com tricotilomania ou dermatotilexomania.
Os autores do estudo inscreveram 79 adultos com qualquer um dos distúrbios num estudo duplo-cego de memantina ou placebo, durante oito semanas.
Os doentes foram avaliados a cada duas semanas, com base na Escala de Gravidade de Sintomas de Tricotilomania. Os investigadores registraram as mudanças, usando quatro outros relatórios de sintomas e comportamentos autorrelatados e observados pelo médico.
A investigação constatou que, após oito semanas, 26 dos 43 doentes em memantina apresentaram melhorias significativas, tendo seis dos quais relatado, até, alívio completo dos sintomas.
Verificou-se que a memantina é mais eficaz do que outras terapêuticas estudadas até à data, incluindo terapia comportamental; a olanzapina, utilizada para tratar a esquizofrenia e o transtorno bipolar; a clomipramina, usada para tratar o transtorno obsessivo-compulsivo; e o N-acetilcisteína, um suplemento de venda livre.
A memantina é uma substância utilizada para o auxílio da perda de memória. Contudo, tem sido também usada off-label para distúrbios psiquiátricos. O principal autor do estudo, Jon Grant, referiu que a medicação é bem tolerada pelos doentes e que tem poucos efeitos adversos. Disse ainda que pode ser considerada como um tratamento de primeira linha, igual à terapia comportamental no processo de tratamento para essas condições.
Tricotilomania e dermatotilexomania ocorrem frequentemente de forma simultânea, sendo que ambos os distúrbios se apresentam, habitualmente, com depressão ou ansiedade concomitantes.
Pode consultar o artigo em doi.org/10.1176/appi.ajp.20220737