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O fim de um ciclo. “A SPDV saiu fortalecida. Foi gratificante, mas já é altura de passar o testemunho”
Ao fim de oito anos na direção da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV)




Ao fim de oito anos na direção da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), seis como presidente e dois como vice-presidente, António Massa faz, em entrevista, um balanço positivo, referindo-se a uma SPDV mais saudável, mais robusta e mais global.

Como avalia a Dermatologia que se exerce hoje em Portugal?

A nível europeu, não estamos mal. Os dermatologistas têm todas as condições para estarem atualizados. Quase todas as semanas há sessões de atualização em Portugal.

Que ações formativas tem a SPDV previstas para os próximos meses?

Nós temos ações de formação constantes.

A Dermatologia portuguesa usa as técnicas mais avançadas, que se utilizam noutros países europeus?

Sem dúvida. Estamos ao nível dos melhores. A percentagem de dermatologistas é semelhante à de outros países europeus. A distribuição é que pode não ser a melhor.

Considera que há um problema de acesso a consultas de Dermatologia em Portugal?

É evidente que eu gostaria que a folha salarial dos colegas que trabalham no SNS fosse diferente. A saída de profissionais do SNS é um problema transversal a todas as especialidades. E este problema vai agravar-se.

Atualmente, qual é a patologia dermatológica mais preocupante e que deve concentrar mais atenção por parte da comunidade médica e da população?

É o despiste do cancro de pele. E depois seguem-se o acne, a psoríase, o vitiligo (uma doença que tem solução). O tratamento do cancro de pele exige tratamentos muito caros, envolvendo custos que o SNS nem sempre aguenta.

Estão a aumentar os casos de cancro de pele em Portugal?

Com a pandemia, houve um abrandamento por receio dos doentes. Estão agora a aparecer doentes com lesões numa fase mais avançada. É preciso apostar na prevenção.

Que avanços terapêuticos perspetiva que venham a ocorrer na Dermatologia nos próximos anos?

Vamos continuar a fazer investigação – uma parte fica pelo caminho e outra parte dá resultados. Os biológicos são mais uma arma terapêutica disponível. A área da Cosmética tem registado uma grande expansão.

Que balanço faz dos seis anos em que esteve à frente da SPDV?

O balanço é positivo. A SPDV é hoje uma sociedade saudável do ponto de vista financeiro, com recursos para poder promover bolsas, com relacionamentos que se potenciaram ainda mais com os países de língua portuguesa. Foram anos de muito trabalho, em que a SPDV cresceu. A SPDV tem promovido a união dos dermatologistas, colocando-se fora da discussão política. No final destes oito anos (seis como presidente e dois como vice-presidente), a SPDV saiu fortalecida. Tenho a certeza que o Prof. Paulo Filipe vai dar a continuidade a este bom trabalho, tal como nós demos continuidade ao trabalho de quem esteve antes. Foi gratificante, mas já é altura de passar o testemunho, embora eu continue disponível para a SPDV quando acharem conveniente.

A que se vai dedicar, do ponto de vista profissional, em 2023?

Vou continuar a trabalhar, a dar consultas, uma vez que ainda me sinto cheio de saúde. Vou continuar também a desenvolver a área de relacionamento internacional no CILAD.

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